terça-feira, 29 de novembro de 2011

Quadro conceptual do Outono

A relação escola-família

Nós educadores sabemos bem o quão importante é esta relação...infelizmente ainda nos dias de hoje esta  ainda tem muitos passos a dar para se tornar uma relação saudável, constante e benéfica para ambas as partes...Mas, cada vez mais há uma consciência da sua importância! Deixo-vos aqui um trabalho realizado em que aprofundamos esta temática.


http://www.mediafire.com/?7q07o712gqi1vpf

A reprodução

Na unidade curricular de ciências do cosmos, da terra e da vida preparamos a apresentação de um trabalho com o tema da reprodução. Analisem e deliciem-se com as fotos que as crianças fizeram relacionaod com o tema e baseado numa história...Fantástico!


http://www.mediafire.com/?8enjotc9d44yome

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Expressão plástica e a sua importância.

As actividades no Jardim de Infância passam por várias áreas de conteúdo, ou seja, diferentes aprendizagens que passam pela realização de actividades variadas. As crianças aprendem mexendo, experimentando, descobrindo, AGINDO.
Assim, o desenho, a digitinta, a pintura, a estampagem, o recorte e colagem, são técnicas de expressão plástica a duas dimensões, empregues na Educação pré-escolar.
Mas, a expressão pode ser tridimensional, por isso há a modelagem (de barro, plasticina, pasta de papel…) e o aproveitamento de materiais de desperdício (caixas de papel, frascos, tampas). A juntar a toda esta experiência há a imaginação infantil, um primeiro contacto com formas de manifestação artística, o prazer de realizar um trabalho.

É através da expressão plástica que, com prazer, é desenvolvida a motricidade fina na criança. A par da utilização dos materiais,começa a tentar representar o que lhe vai na mente. Através desta expressão a educadora tem alguma percepção do desenvolvimento da criança.



Através da Expressão Plástica, direccionada quer seja para a pintura, para o desenho, ou para execução de trabalhos artesanais, a criança estimula a criatividade; trazendo benefícios para outras áreas de estudo. Uma criança que tem por hábito desenhar, colorir, pintar, estudar música, ou fazer algum tipo de artesanato adquire uma habilidade mental maior e uma capacidade de criar também maior, originando consequentemente um crescimento de sua desenvoltura, bem como o estimulo para ter iniciativa diante de situações e uma maior facilidade de comunicação com o mundo que a cerca. Por isso, pais e educadores, estimulem trabalhos de expressão plástica; há muitos campos a serem explorados dentro desta disciplina

Um drama real...e cruel...

http://www.youtube.com/watch?v=h3-9UlWrYzE

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Educar não é nada fácil...

"É muito comum nos dias de hoje nos questionarmos sobre a educação que estamos dando aos nossos filhos. E, mais do que isso, é comum nos sentirmos inseguros com as atitudes que temos ou com as providências que tomamos diante de um conflito na difícil tarefa de educar. Tenho crianças em casa e, por isso, não só como educador mas como pai, eu mesmo me vejo diante do dilema: “será que estou fazendo a coisa certa?”


No meu entendimento, erramos muito, mesmo que o único objetivo seja acertar. Erramos por excesso, por medo ou por achar que somos mais vividos e, por isso, sabemos exatamente o que fazer. Lembro que meus pais também agiam assim e, com certeza, meus avós também agiram dessa forma. Mas o que fazer para tentar errar menos? É importante termos segurança, metas educacionais e muita clareza em nossos objetivos. São os nossos valores e princípios, nossa ética e preceitos que devem nortear nossa caminhada.


Se você acha que seu filho agiu errado porque uma atitude dele acendeu a luz amarela de sua consciência, converse com ele, mostre a ele o caminho de forma segura e paciente. Seja firme, mas dócil. Não tenha culpa por reprimir uma ação que não julgue aceitável. É necessário o diálogo e é preciso impor limites. Não podemos ser omissos, permitindo que a criança faça de tudo. É feio e é, acima de tudo, ruim para ela. Diante dos colegas, vizinhos e parentes, ela se torna uma criança indesejável, chata. O pior é que ninguém fala isso para nós, e a gente sempre tem aquela desculpa: “É fase, isso passa”. Passa se agirmos, se interferirmos, no sentido de corrigir. Amar a criança é torná-la aceita em seu meio e permitir que ela seja feliz.


A boa educação não deve ter como parâmetro os conflitos que nós tivemos na infância. A criança de hoje vive em mundo diferente do nosso. Não adianta pensar que nossos filhos irão agir como agíamos. Eles são de outra época. Assim, cada filho é um ser individual que vive seus dilemas e que reage de forma diferente do que reagiríamos ou reagimos quando vivemos na infância conflitos semelhantes. Agora, uma coisa é certa, mesmo vivendo em “mundos diferentes”, somos seres humanos dotados de sensos que necessitam serem despertados. Os pais, ao lado dos professores, são os responsáveis por essa magnífica tarefa: despertar nas crianças os sensos que a formarão como seres humanos. Educar é isso. É conduzir, orientar e formar.


Aos pais, cabe ainda uma avaliação mais profunda: é necessário observar se estão mesmo vigilantes quanto ao propósito de serem mestres de seus filhos. Não deixem que sejam desrespeitosos quando falam com você. Seja afetuoso e ensine a eles a valorizar o que possuem. Cobre deles respeito e compromisso. Permita que eles sejam autônomos, mas mostre o porto, caso necessitem de apoio. Seja cúmplice deles e estabeleça limites. Não é uma forma mágica, mas sim um princípio simples que, na correria do dia a dia, temos nos esquecido! Os pais têm que estar seguros do que realmente querem de seus filhos e para os seus filhos. E mesmo com tudo isso, ainda tenho coragem de dizer a vocês que continuaremos errando. Não muito, mas ainda erraremos, mesmo que a vontade seja sempre de acertar.


Quanto aos valores, saibam que pai e mãe têm mais responsabilidade do que a Escola. Os princípios éticos e morais, embora colocados pela Escola, são parâmetros de cada família ou grupo social em que essa família está contextualizada. Claro que não iremos ter uma unanimidade na questão dos valores humanos, mas se faz necessário observar junto aos filhos as necessidades de respeitarem os amigos, os mais velhos, os professores e o ambiente em que vivem. Respeitar a natureza, as diferenças étnico-culturais e conhecer as mazelas sociais de forma a se sensibilizarem com os problemas do meio em que vivem. Valores são fundamentais para que as nossas crianças cresçam com espírito de cidadania e respeito à pluralidade do mundo em que vivemos. Crianças conscientes, educadas e colaboradoras permitem que o mundo seja melhor. Nessa tarefa de educar para a vida, nós, “educadores escolares”, convidamos os “educadores familiares” a caminharmos juntos no desafio de educarmos nossas crianças com o senso de respeito aos outros. Não podemos achar bonito os filhos que são brigões na escola, egoístas e espertões. Vamos ensinar-lhes que o sentido da vida não está em levar vantagem em tudo, mas sim em compartilhar e respeitar, e que isso não desfaz a ideia de estarem sendo preparados para serem pessoas de sucesso na vida. Aliás, o verdadeiro sucesso está em pessoas que venceram com ética e respeito ao próximo. A verdadeira liderança é aquela que respeita os liderados e se coloca a seu lado, mesmo que a decisão esteja com ela."


O autor
José Romero
Professor


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Chuchuá

Façam com o vosso grupo...
ÓPTIMO para trabalhar o esquema corporal e passar momentos de grande diversão e descontração!


http://www.youtube.com/watch?v=RxhsUx5xWbs&feature=youtu.be

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O desenvolvimento da linguagem

 




A primeira palavra das crianças é sempre um momento muito ansiado e por vezes chega mais tarde que o esperadol Será normal ou um problema de desenvolvimento?

Cada criança tem o seu próprio ritmo de desenvolvimento, pelo que não se deve comparar duas crianças, mesmo que sejam irmãos.
Os papás normalmente ficam ansiosos pela pronúncia da primeira palavra, pois esta é um sinal evidente do desenvolvimento da criança. Note-se que há crianças que começam a falar mais cedo que outras e, antes de estabelecer comparação entre duas crianças, é necessário primeiro compreender a diferença entre a fala e a linguagem.
A fala é mais restrita e consiste na expressão verbal da linguagem, a articulação de sons de modo a formar palavras. Enquanto a linguagem pode manifestar-se de diversas formas (gestual, corporal, com a expressão facial, com a fala, etc) com o intuito de compreender e ser compreendido.
Assim, percebemos que a linguagem vem primeiro, logo que o bebé manifesta satisfação ou insatisfação, sempre que ele chora ou "palra" para mostrar o que sente ou o que pretende.
Só por volta dos nove meses é que os bebés começam a articular diferentes sons usando-os na comunicação, posteriormente surgem as primeiras palavras "papá" "mamã" "dá", mesmo sem saberem o que significa repetem as palavras como uma nova descoberta.
Antes dos 12 meses, se estivermos atentos, conseguimos perceber se o bebé reage ao som, isto é, sevolta a cabeça na direcção do som/voz ou se não dá por ele. isto é importante na medida em que poderemos despistar problemas auditivos.
Entre os 12 e 15 meses o leque de palavras aumenta mais um pouco e o bebé passa a compreender algumas instruções simples como "pára". Aos 18 meses as crianças já têm um vocabulário composto por aproximadamente 20 palavras, e aos dois anos esse valor está próximo das 50. Aos dois anos também já sabem juntar duas palavras e seguir instruções simples. Dos dois aos três anos o vocabulário expande-se significativamente e a criança é capaz de juntar várias palavras formando uma frase. A compreensão também se alarga, começam a identificar as cores e conceitos como "grande" e "pequeno" e outros opostos simples.
Como se pode diagnosticar um atraso na fala?
é importante ter em conta se o bebé responde ou não aos sons, se os vocaliza (mesmo que não forme palavras). Aos doze meses é esperado que a criança utilize gestos para comunicar, como por exemplo dizer adeus, bater palminhas, entre outros gestos básicos. Se aos dezoito meses o bebé preferir gesticular em vez de utilizar a voz, possivelmente tem dificuldade em repetir sons.

Numa criança a partir dos dois anos, pode haver um pequeno atraso se ela não produzir palavras ou frases espontaneamente, se usar a linguagem oral só para comunicar as suas necessidades mais imediatas, se não seguir instruções simples, tiver um tom de voz invulgar (anasalado ou arrastado). Nestas circunstâncias não é necessário entrar em pânico mas é melhor procurar um especialista para garantir que o diagnóstico não é grave.

Possíveis Causas:
Antes demais, diga-se que as causas são inúmeras e variadas, no entanto pode-se enumerar algumas delas
* é raro mas pissível que derive de deficiências na cavidade oral, na língua ou no palato;
* dificuldade em utilizar os órgãos da fala para produzir os sons;
* dificuldades auditivas, pois se a criança não ouvir bem, tem dificuldade em reproduzir esse mesmo som- isto pode derivar de problemas auditivos graves ou simplesmente de repetidas otites;
* problemas mentais - deficiencia mental, paralisia cerebral e o autismo;
* falta de estímulo, proveniente da pouc conversa por parte da criança;
* quando os adultos satisfazem os desejos da criança sem que ela sequer peça;
* o facto dos adultos falarem "à bebé" também não ajuda ao desenvolvimento - o adulto deve ser o modelo.

Em caso de dúvida, é sempre importante que os educadores falem com os pais e aconselha-se que estes marquem uma consulta com o pediatra.
Adaptado de
Revista Farmácia Saúde - Farmácias Portuguesas nº 154 julho 2009

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Outono...

A andorinha partiu.
O Sol mais cedo se deitou.
A chuva miudinha caiu,
Então o Outono chegou.

A videira triste está a chorar,
Ela sem uvas ficou.
Cheira a vinho novo no lagar,
Então o Outono chegou.

As temperaturas desceram.
O vento assobiou.
As aulas já começaram,
Então o Outono chegou.

Os lagartos hibernaram.
A árvore despida ficou.
As folhas soltas dançaram,
Então o Outono chegou.
Sofia e Daniela - EB1 de Vila Chã
É quase Outono
Tempo da tristeza ser mais triste
Mas não é o Outono que me entristece:
Quando partires,
É a tua partida que faz do tempo
Tempo de Outono.

Qual o papel do Educador de infância???

Na CRECHE...
o Educador numa fusão constante de cuidados e educação, pode promover experiências únicas na vida das crianças e das suas famílias.

Segundo o meu ponto de vista, o respeito e a focalização na qualidade das relações que se estabelecem com a criança são o fundamento de toda a filosofia que deve presidir a acção do educador numa creche. E toda esta atitude face às crianças reside nos dez princípios educativos enunciados por Gonzalez- Mena e Eyer (1989):

1- Envolver as crianças nas coisas que lhes dizem respeito;
2- Investir em tempos de qualidade, procurando-se estar completamente disponível para as crianças;
3- Aprender e não subestimar as formas de comunicação únicas de cada criança e ensinar-lhes as nossas;
4- Investir em tempo e energia para construir uma pessoa total;
5- Respeitar as crianças enquanto pessoas de valor e ajudá-las a reconhecer e a lidar com os seus sentidos;
6- Ser verdadeiro nos nossos sentimentos relativamente às crianças;
7- Modelar os comportamentos que se pretende ensinar (não impor);
8- Reconhecer os problemas como oportunidades de aprendizagem e deixar as crianças tentarem resolver as suas próprias dificuldades;
9- Construir segurança, ensinando a confiança;
10- Procurar promover a qualidade do desenvolvimento em cada fase etária, mas não apressar a criança para atingir determinados níveis desenvolvimentais;

No PRÉ-ESCOLAR...


Observar cada criança e o grupo de forma a conhecer as suas capacidades, interesses e dificuldades, recolher as informações sobre o contexto familiar e o meio em que as crianças vivem. Assim, será mais fácil adequar o processo educativo às suas necessidades. É importante dispor destes elementos, pois vão nos dar a conhecer o processo desenvolvidos e os seus efeitos na aprendizagem da criança.
Planear actividades de acordo com o que conhecemos do grupo e de cada criança, de modo a proporcionar-lhes um ambiente estimulante de desenvolvimento e promotor de aprendizagens significativas. Implicar as crianças no planeamento também é extremamente importante pois permitirá ao grupo beneficiar da sua diversidade, das capacidades e competências de cada criança e desenvolver novas competências.
Agir, de forma a adaptar as actividades aos interesses e necessidades das crianças.
Avaliar/Reflectir, ou seja, tomar consciência da nossa acção para adequar o processo educativo às necessidades das crianças e do grupo. A avaliação realizada pelas crianças é uma actividade educativa, constituindo também uma base de avaliação para o educador.
Comunicar todo o conhecimento adquirido sobre as crianças com outros adultos, também responsáveis na sua educação – Equipa Educativa e Pais. A troca de informação com os Pais permite um melhor conhecimento da criança.

“… O Educador é o companheiro mais experimentado, o guia, mas que também parte com a criança à descoberta.”
In Qualidade e Projecto na Educação de Infância, 1998

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Cólicas nos bebés

Caros visitantes, encontrei AQUI     um artigo muito interessante acerca das famosas e horrorosas cólicas nos bebés. Quem tem filhotes sabe bem quantos cabelos brancos e quantas olheiras ganhou nessa fase. Os bebés parecem sofrer tanto com essas malditas colicas, e ninguém parece saber concretamente como acabar com elas.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Bonito...

Mário Quintana

"Só as crianças e os velhos conhecem a volúpia de viver dia-a-dia, hora a hora, e suas esperas e desejos nunca se estendem além de cinco minutos..."

S. Poniazem

"A criança é a consagração da vida."

Carlos Novais

"Imaginando oceano, as crianças brincam na poça de água."

Jean de La Bruyère

"As crianças não têm passado, nem futuro, e coisa que nunca nos acontece, gozam o presente."

Giacomo Leopardi

"As crianças acham tudo em nada, os homens não acham nada em tudo."

Arnaldo Antunes

"Crianças gostam de fazer perguntas sobre tudo. Mas nem todas as respostas cabem num adulto."

Cláudio Nucci

"No amor de uma criança tem tanta canção pra nascer, carinho e confiança, vontade e razão de viver."

Leonel Brizola

"Todas as crianças deveriam ter direito à escola, mas para aprender devem estar bem nutridas. Sem a preparação do ser humano, não há desenvolvimento. A violência é fruto da falta de educação."

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Refletir...

“Em Karkhla, no Paquistão, crianças com idades de 4 e 5 anos trabalham em fábricas de tijolos. O seu desgastante trabalho consiste em virarem milhares de tijolos, para que sequem mais rapidamente ao sol.”
“Em Cabul, no Afeganistão, as crianças disputam migalhas de carvão dos sacos transportados por camiões da Cruz Vermelha, de modo a garantir o seu próprio sustento.”
“Em Tegucigalpa, Honduras, abutres e crianças disputam as sobras que encontram no aterro sanitário da capital hondurenha.”
“Em Sliguri, na Índia, pequenas mãos de crianças, calejadas em troca de um salário irrisório, quebram pedras na periferia da cidade.”
Segundo a OIT, mais de 220 milhões de crianças trabalham, a maioria em funções perigosas. Segundo a UNICEF, milhões de crianças são vítimas de exploração sexual. Segundo a OMS, existem mais de 100 milhões de crianças a viver nas ruas do mundo subdesenvolvido. Segundo a UNICEF, 55% das mortes de crianças estão associadas à desnutrição, à fome que debilita lentamente.
É verdade. O nosso mundo trata muito mal as suas crianças.
Vamos entrar na época natalícia. Certamente o mês das crianças. O mês do nascimento e da Vida. Mas também o tempo da fartura ou do seu excesso.
É verdade. O tempo certo para pensarmos nas crianças do mundo.
O flagelo das mãos calejadas acontece muitas vezes com a complacência da família e da sociedade.
Há crianças no mundo abandonadas à sua sorte. Sem alguém capaz de ouvir o profundo apelo “mamã defende-me”.
É verdade. O tempo certo para pensarmos nas crianças do nosso pequeno mundo. Ou naquelas que, abandonadas a si próprias, não tiveram sequer a sorte de serem crianças.

Cem linguagens


 
 
 
 
Um texto já com bastante tempo e que provavelmente a maioria dos educadores conhece.
Um texto que nos faz reflectir sobre o que é realmente a nossa prática. Estaremos a dar voz à criança para exprimir as suas emoções, os seus desejos de aprender, a exprimir as suas ideias acerca da realidade que a rodeia? Ou estaremos a retirar à criança a oportunidade de explorar as suas brincadeiras, as suas aprendizagens através dos seus interesses e das suas necessidades? Façamos uma avaliação da nossa prática e vejamos se estamos a fazê-la da melhor forma.

A criança tem cem linguagens
Cem mãos cem pensamentos
Cem maneiras de pensar
De brincar e de falar
Cem sempre cem
Maneiras de ouvir
De surpreender de amar
Cem alegrias para cantar e perceber
Cem mundos para descobrir
Cem mundos para inventar
Cem mundos para sonhar.
A criança tem
Cem linguagens
(e mais cem, cem, cem)
Mas roubam-lhe noventa e nove
Separam-lhe a cabeça do corpo
Dizem-lhe:
Para pensar sem mãos, para ouvir sem falar
Para compreender sem alegria
Para amar e para se admirar só no Natal e na Páscoa.
Dizem-lhe:
Para descobrir o mundo que já existe.
E de cem roubam-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
Que o jogo e o trabalho, a realidade e a fantasia
A ciência e a imaginação
O céu e a terra, a razão e o sonho
São coisas que não estão bem juntas
Ou seja, dizem-lhe que os cem não existem.
E a criança por sua vez repete: os cem existem!


Loris Malaguzzi (1996)

O perfil do Educador de infância


A lei portuguesa define claramente qual deverá ser o perfil geral de desempenho profissional do educador de infância.

Assim, descobre como é que termos e expressões como, por exemplo "jogo", "sons", "ritmos", "exploração", "motricidade" e "desenvolvimento afectivo" fazem parte do trabalho quotidiano deste profissional.

Concepção e desenvolvimento do currículo


O educador de infância, na Educação Infantil, concebe e desenvolve o respectivo currículo, através da planificação, organização e avaliação do ambiente educativo, bem como das actividades e projectos curriculares, com vista à construção de aprendizagens integradas.

O educador de infância, no que diz respeito a:

I - Organização do ambiente educativo

a) Organiza o espaço e os materiais, concebendo-os como recursos para o desenvolvimento curricular, de modo a proporcionar às crianças experiências educativas integradas;

b) Disponibiliza e utiliza materiais estimulantes e diversificados, incluindo os seleccionados a partir do contexto e das experiências de cada criança;

c) Procede a uma organização do tempo de forma flexível e diversificada, proporcionando a apreensão de referências temporais pelas crianças;

d) Mobiliza e gere os recursos educativos, nomeadamente os ligados às tecnologias da informação e da comunicação;

e) Cria e mantém as necessárias condições de segurança, de acompanhamento e de bem-estar das crianças.



O educador de infância, no que diz respeito a:

II - Observação, planificação e avaliação
a) Observa cada criança, bem como os pequenos grupos e o grande grupo, com vista a uma planificação de actividades e projectos adequados às necessidades da criança e do grupo e aos objectivos de desenvolvimento e da aprendizagem;

b) Tem em conta, na planificação do desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem, os conhecimentos e as competências de que as crianças são portadoras;

c) Planifica a intervenção educativa de forma integrada e flexível, tendo em conta os dados recolhidos na observação e na avaliação, bem como as propostas explícitas ou implícitas das crianças, as temáticas e as situações imprevistas emergentes no processo educativo;

d) Planifica actividades que sirvam objectivos abrangentes e transversais, proporcionando aprendizagens nos vários domínios curriculares;

e) Avalia, numa perspectiva formativa, a sua intervenção, o ambiente e os processos educativos adoptados, bem como o desenvolvimento e as aprendizagens de cada criança e do grupo.


O educador de infância, no que diz respeito a:

III - Relação e da acção educativa:
a) Relaciona-se com as crianças por forma a favorecer a necessária segurança afectiva e a promover a sua autonomia;

b) Promove o envolvimento da criança em actividades e em projectos da iniciativa desta, do grupo, do educador ou de iniciativa conjunta, desenvolvendo-os individualmente, em pequenos grupos e no grande grupo, no âmbito da escola e da comunidade;

c) Fomenta a cooperação entre as crianças, garantindo que todas se sintam valorizadas e integradas no grupo;

d) Envolve as famílias e a comunidade nos projectos a desenvolver;

e) Apoia e fomenta o desenvolvimento afectivo, emocional e social de cada criança e do grupo;

f) Estimula a curiosidade da criança pelo que a rodeia, promovendo a sua capacidade de identificação e resolução de problemas;

g) Fomenta nas crianças capacidades de realização de tarefas e disposições para aprender;

h) Promove o desenvolvimento pessoal, social e cívico numa perspectiva de educação para a cidadania.



Integração do currículo
Na Educação Infantil, o educador de infância mobiliza o conhecimento e as competências necessárias ao desenvolvimento de um currículo integrado, no âmbito da expressão e da comunicação e do conhecimento do mundo.

O educador de infância, no que diz respeito a:

I - Expressão e comunicação:

a) Organiza um ambiente de estimulação comunicativa, proporcionando a cada criança oportunidades específicas de interacção com os adultos e com as outras crianças;

b) Promove o desenvolvimento da linguagem oral de todas as crianças, atendendo, de modo particular, às que pertencem a grupos social e linguisticamente minoritários ou desfavorecidos;

c) Favorece o aparecimento de comportamentos emergentes de leitura e escrita, através de actividades de exploração de materiais escritos;

d) Promove, de forma integrada, diferentes tipos de expressão (plástica, musical, dramática e motora) inserindo-os nas várias experiências de aprendizagem curricular;

e) Desenvolve a expressão plástica utilizando linguagens múltiplas, bidimensionais e tridimensionais, enquanto meios de relação, de informação, de fruição estética e de compreensão do mundo;

f) Desenvolve actividades que permitam à criança produzir sons e ritmos com o corpo, a voz e instrumentos musicais ou outros e possibilita o desenvolvimento das capacidades de escuta, de análise e de apreciação musical;

g) Organiza actividades e projectos que, nos domínios do jogo simbólico e do jogo dramático, permitam a expressão e o desenvolvimento motor, de forma a desenvolver a capacidade narrativa e a comunicação verbal e não verbal;

h) Promove o recurso a diversas formas de expressão dramática, explorando as possibilidades técnicas de cada uma destas;

i) Organiza jogos, com regras progressivamente mais complexas, proporcionando o controlo motor na actividade lúdica, bem como a socialização pelo cumprimento das regras;

j) Promove o desenvolvimento da motricidade global das crianças, tendo em conta diferentes formas de locomoção e possibilidades do corpo, da orientação no espaço, bem como da motricidade fina e ampla, permitindo à criança aprender a manipular objectos.



O educador de infância, no que diz respeito ao:

II - Conhecimento do mundo:

a) Promove actividades exploratórias de observação e descrição de atributos dos materiais, das pessoas e dos acontecimentos;

b) Incentiva a observação, a exploração e a descrição de relações entre objectos, pessoas e acontecimentos, com recurso à representação corporal, oral e gráfica;

c) Cria oportunidades para a exploração das quantidades, com recurso à comparação e estimativa e à utilização de sistemas convencionais e de processos não convencionais de numeração e medida;

d) Estimula, nas crianças, a curiosidade e a capacidade de identificar características das vertentes natural e social da realidade envolvente;

e) Promove a capacidade de organização temporal, espacial e lógica de observações, factos e acontecimentos;

f) Desperta o interesse pelas tradições da comunidade, organizando actividades adequadas para o efeito;

g) Proporciona ocasiões de observação de fenómenos da natureza e de acontecimentos sociais que favoreçam o confronto de interpretações, a inserção da criança no seu contexto, o desenvolvimento de atitudes de rigor e de comportamentos de respeito pelo ambiente e pelas identidades culturais.